Moscas Volantes são pequenas e fugidias - manchas, pontos, filamentos - formadas por modificações dentro do globo ocular. Tão logo as notamos, tentamos fixar o olhar sobre os seus contornos ora arredondados, ora alongados, translúcidos. Inútil: a natureza volante significa que elas são, pela sua essência, efêmeras. No livro, são as personagens que assumem as qualidades desse fenômeno que ocorre no interior do olho. São igualmente efêmeras - e translúcidas, para a sociedade que as circunda.
Os cindo jovens personagens parecem mesmo pertencer a uma espécie de zona perdida da sociedade, e estão permanentemente à margem desta. A exemplo da mosca volante, que habita sempre a periferia do olhar, eles transitam por essa terra-de-ninguém - e também suas vivências se assemelham às características dela: são situações transitórias, que se desvanecem quando pareciam indicar um caminho. Desejariam eles é ser como o inseto: criatura repugnante e potencialmente perigosa - todavia, livre.
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