O Barão Munchausen chamava-se Karl Friedrich Hieronymous e viveu entre 1720 e 1797. Ele serviu no exército russo, participou de duas árduas campanhas contra os turcos e foi promovido a capitão de cavalaria em 1750. Por volta de 1760, retira-se para a propriedade rural da família em Bodenwerder, Hanover. Foi lá que passou a receber amigos e hóspedes, a quem tinha grande prazer em contar suas aventuras de guerra, caçadas e viagens, mas retocadas com as mais extravagantes mentiras, isso sem esboçar nem um sorriso; com tal naturalidade que quem não o conhecia chegava a acreditar nele. Quem transformou em livro suas histórias foram um bibliotecário e cientista chamado Rudolph Erich Raspe, nascido em Hanover em 1737. Era conhecido por sua versatilidade intelectual, pois escrevia profusamente sobre todo tipo de tema. Tendo se apropriado de objetos da importante coleção pela qual era responsável e que pertencia a seu patrão, o landgrave de Hesse, foge para a Inglaterra. Em Londres, graças a seu domínio do inglês aliado a seus vastos conhecimentos, vai publicar livros sobre vários assuntos para ganhar a vida, mas está sempre em apuros financeiros: chega até a ser preso por não poder pagar o alfaiate. Essa difícil situação mais o fato de que sua péssima reputação o alcançou em Londres, faz com que ele se mude para a Cornualha, onde põe em prática seus conhecimentos de mineralogia trabalhando em uma mina. Foi lá que, sempre atrás de dinheiro, escreve As Aventuras do Barão, a quem é muito provável que tenha conhecido pessoalmente quando vivia em Gottingen, perto de Hanover. Escrito o livrinho, preocupado com assuntos mais sérios, nem deve ter pensado mais nisso.
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